quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Lixo nosso de cada dia

O problema do saneamento básico do nosso país está cada vez mais degradante. Os resíduos sólidos não recebem, na maior parte do país, o tratamento adequado. Produzimos cerca de cem mil toneladas de lixo por dia. Repito: por dia! Esse quadro piora na medida em que cresce a população e diminui a educação, principalmente nas regiões mais pobres do Brasil.


O lixo, como é popularmente chamado, deve (ou deveria) receber um tratamento adequado, respeitado os diferentes tipos, tendo em vista que os resíduos sólidos se subdividem quanto a sua natureza e composição.


Explicando melhor, o lixo pode ser classificado segundo o critério de origem e produção: a) doméstico, gerado basicamente em residências; b) comercial, gerado pelo setor comercial e de serviços; c) industrial, gerado por indústrias; d) hospitalares, gerado por hospitais, farmácias, clínicas, etc. e; e) especiais, gerados pelas podas de jardins, entulhos de construções e animais mortos. E ainda, segundo a sua composição química: orgânico ou inorgânico. Existem inúmeras leis, decretos e resoluções, desconhecidos, classificando e dispondo sobre o tratamento desses resíduos.


Assim, há diversas formas de tratar o lixo, obedecendo cuidadosamente a sua classificação, tais como a Reciclagem Energética, por meio de incineração ou queima de resíduos perigosos, transformando e reaproveitando a energia gerada; Reciclagem Orgânica, que é a compostagem da matéria orgânica; Reciclagem Industrial, o mais rentável e em ascensão, reaproveitando e transformando os materiais recicláveis; Esterilização a vapor e desinfecção por microondas, que serve para tratamento dos resíduos patogênicos, sépticos, hospitalares, etc. E por fim, o mais comum, hoje no Brasil, é o aterro sanitário, onde é feito tratamento em disposição no solo de modo a amenizar os impactos ao meio ambiente. Todavia esta técnica é criticada pelos especialistas que afirmam que os aterros sanitários são uma bomba relógio não programada que pode explodir a qualquer momento, pois colocam-se, erradamente, todas as espécies de lixo neles.


Consideram-se, ainda, como forma de tratamento, todos os programas educativos ou processos industriais que tenham como objetivo a redução da quantidade de lixo produzido. E caso o lixo não receba o tratamento adequado poderá provocar incomensuráveis impactos sócio-ambientais. A poluição do solo e do lençol freático provocado pelo chorume produzido pelo lixo são os mais degradantes, seguido da poluição do ar que, geralmente, vem por conseqüência destes. Isso, sem falar na degradação visual que destroem as belezas naturais e constrangem a zona urbana.


É preciso pensar global e agir local. A saúde do planeta terra depende do nosso cuidado em nossas residências. A grande idéia dos três “R” (reduzir, reaproveitar e reciclar) seria uma saída excelente se houvesse uma política social que incentivasse a aplicação da mesma. Os educadores ainda mencionam o quarto “R”: reeducar. Na Europa, por exemplo, é um grande sucesso. Já no Brasil...


É imprescindível salientar que nem tudo é lixo. Mas tudo é resíduo. Simplificando, resíduo é tudo que sobra ao final de uma atividade, ao passo que lixo é tudo que não serve para utilidade humana. Matou a charada? Quero dizer que aquela garrafa descartável de refrigerante pode ser lixo para algumas donas de casa, enquanto que o catador de lixo tira dele o pão de cada dia. Ambientalmente falando, contudo, com a reciclagem da garrafa pet, tanto o catador como a dona de casa ganham com um ambiente saudável. Este artigo, por exemplo, pode ser um lixo, para alguns, e para outros, uma idéia reaproveitável, ou seria reciclável? Tanto faz! Dos três “R”, apenas não reduza esta idéia.

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