sábado, 24 de março de 2012

O Direito como ferramenta de felicidade: uma Carta Aberta a Gerivaldo Alves Neiva.



"O que importa, no final das contas, é viver abundantemente feliz".

A frase é epígrafe é uma paráfrase de uma aula que assisti ontem com um filósofo/jurista/poeta/humanista/juiz de Direito que, apesar de ser tudo isso, se diz "não ser professor". Eu, como neto e filho de professora, e aprendiz de professor, aprendi que o magistério não é um título. Ser professor é mais que esse aspecto formal, é transmitir conhecimento (com a razão e emoção) e provocar transformação (metanoia, do grego).

A aula magna de ontem (DCJ-UFPB/Santa Rita) me proporcionou mais que conhecimento. Levou-me a refletir sobre a vida e sobre o que quero para o resto dos meus dias. Pensei também porque escolhi o Direito, ou se foi o Direito que me escolheu. 

Pensei também, enquanto advogado e estudiosa das ciências jurídicas, o que posso fazer para viver bem, abundante e feliz? E o mais importante: o que posso fazer para propiciar vida abundante e feliz ao próximo? A justiça, sem dúvida, é um caminho para felicidade. Mas, como contribuir para a justiça?

As perguntas estão, ainda, sem respostas. Se eu encontrá-las agora, porém, pode perder a graça de tudo. Talvez as respostas me extirpem a vontade de continuar perseguindo a justiça e me acomodem em minha zona de conforto, o que é bem pior.

As angústias que exponho foram provocadas pela aula de ontem à noite. Saí de lá “decepcionado”, pois ouvir o que precisa ouvir e não o que meu ego aspirava.

Não saí daquele auditório da mesma forma que entrei. Houve transformação, portanto.

Ora, se naquela aula magna eu absorvi conhecimento, me emocionei e sofri transformação, logo, o ministrante é professor! E quem disser o contrário está equivocado, até mesmo o próprio!

Dito isto, mestre Gerivaldo Neiva, discordo de vossa opinião no que tange a intitular-se “não professor”, data maxima venia, pois para sê-lo não é preciso ter uma sala de aula ou um título de mestre, basta ter pessoas com sede de conhecimento e anseio de transformação. Daí as palavras enchem o “papel em branco” e a mente que se abre para novas concepções, diria Einstein, nunca mais voltará ao estado original.

Saudações de um conterrâneo Irecêense que admira a tua humildade e que se inspira em teu modo humano e diferente de fazer o Direito.


Blog do professor Gerivaldo Alves Neiva: http://www.gerivaldoneiva.com/

Um comentário:

  1. PERFEITO!!!PROFUNDA ADMIRAÇÃO DIANTE DE TUDO QUE DISSESTE!!!

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